O Laser e sua utilização na Cirurgia Vascular

O Laser e sua utilização na Cirurgia Vascular

O Laser e sua utilização na Cirurgia Vascular

Os tratamentos modernos para varizes, utilizam vários dispositivos e técnicas. Entre eles a realidade aumentada, o laser transdérmico e resfriamento da pele. Leia o artigo para entender melhor como esses processos funcionam.

Realidade Aumentada

A realidade aumentada é uma tecnologia utilizada de várias formas, podendo abranger diversas áreas do conhecimento e das atividades humanas, entre elas a Medicina. Considerarmos a realidade aumentada (RA) um grande auxiliar em uma moderna clínica de tratamento de varizes. A RA é um aparelho que filma a pele e as veias subcutâneas em infravermelho, e projeta a imagens das veias na pele do paciente. Isto  facilita a localização e o tratamento de pequenas varizes responsáveis pela nutrição, e que quando apresentam algum problema, provocam o aparecimento dos vasinhos (telangiectasias). A imagem projetada tem o formato retangular e dependendo da marca do equipamento poderá aparecer em diversas cores (verde, vermelho, branco etc.)  

O Laser e sua utilização na Cirurgia Vascular
Realidade Aumentada utilizada na Cirurgia Vascular

Com a ajuda desta tecnologia o médico e o paciente ficam com a impressão de ter “visão do super-homem”. O primeiro estudo mundial de realidade aumentada foi feito no Brasil em conjunto com o inventor Prof. Herbert Zeman, em 2005. Nos dias de hoje,  é utilizado diariamente para diagnóstico de varizes e no direcionamento dos disparos de laser transdérmico.

Laser Transdérmico para varizes

O laser transdérmico é um tipo de laser que atravessa a pele para tratar os vasinhos que estão dentro dela ou logo abaixo, na gordura. Nesse caso, a absorção da pele é muito menor do que a do vaso a ser tratado. Ou seja, ambos são expostos à mesma luz, mas como o vasinho (telangiectasias) e as pequenas varizes (veias reticulares ou veias nutrícias) aquecem muito mais do que a pele, o laser provoca seu fechamento por um processo chamado fototermólise seletiva (lesão por calor gerado pela absorção seletiva da luz). 

Uma boa comparação é colocar a mão em um carro preto e um branco ao meio-dia,  em um dia ensolarado de verão. O carro preto vai queimar a sua mão enquanto o branco estará morno. No carro branco a luz do sol é refletida e ofusca a nossa visão, enquanto no carro preto a luz é absorvida, não afetando em nada a nossa visão.  

As aplicações de laser geram calor para tratar o vaso. Para evitar o desconforto do paciente e diminuir o risco de uma queimadura superficial, a pele é resfriada com ar gelado ou com outro tipo de resfriamento. O laser transdérmico mais utilizado é o ND:Yag 1064nm. Este laser foi inventado em 1998 e até hoje é o laser mais seguro no tratamento de vasinhos e vasos. 

Laser para varizes queima ou pode manchar a pele?

Em peles extremamente sensíveis ou em uso de medicamentos específicos podem ser geradas pequenas queimaduras, como se fossem uma queimadura de sol, mas nada que apresente gravidade. De forma geral, não ficam cicatrizes ainda mais com os lasers modernos e com a manutenção em dia. 

Manchas escuras podem ocorrer raramente, na mesma proporção que acontecem com as manchas ocasionadas pela exposição solar, e dependendo do tipo de pele são passageiras. 

As manchas claras são mais raras, e dificilmente aparecem quando é utilizada a tecnologia dos lasers modernos.

Os lasers utilizados até 1998 eram disparados em pontos muito pequenos (puntiforme como uma agulha) e faziam uma perfuração na pele para queimar o vaso. Esse processo causava uma queimadura e doía demasiadamente, deixando uma crosta temporária, e muitas vezes uma marca branca.  Os lasers utilizados hoje em dia,  utilizam disparos de 2mm até 9mm de diâmetro. Isso faz com que penetram mais profundamente, sejam muito mais efetivos, seguros e menos dolorosos. O aparecimento da dor está associado à intensidade, à qualidade do utilizado, e principalmente à sensibilidade do paciente. Há pacientes que não relatam nenhum tipo de dor ou desconforto, porém há pacientes que só conseguem fazer o tratamento a laser sob sedação.

Laser Endovenoso

O laser endovenoso (LEV) é uma técnica inventada em 1999 pelo médico espanhol Dr. Bonet Salat e introduzido no Brasil em 2000. O LEV emite um feixe de laser que é conduzido por meio de uma fibra ótica fina que passa por dentro de uma agulha. É utilizado para tratar veias safenas evitando a retirada das mesmas. O LEV, em safenas, modernizou tanto o tratamento de varizes, que pode ser realizado sob anestesia local e de forma ambulatorial. O LEV também é utilizado para evitar cirurgias de outras veias dilatadas além das safenas.

Todo esse procedimento é guiado por ultrassom de forma extremamente precisa. O laser trata rapidamente a parede do vaso que se retrai, e é  “selado”, sendo absorvido pelo corpo. 

O laser endovenoso evita a safenectomia, onde é feito um corte no tornozelo e outro na virilha, onde uma espécie de vareta é passada dentro da safena para extirpar a veia. Dependendo dos recursos e técnicas do especialista, é possível tratar a veia safena com anestesia local, sem a necessidade de internação hospitalar e sem a necessidade de repouso! Consulte um cirurgião vascular membro da SBLMC.

Ultrassom Vascular

O ultrassom é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico das varizes. Não basta olhar ou palpar as veias doentes. O especialista deve usar o ultrassom colorido para ver o que está nas camadas internas da pele para determinar qual a causa das varizes. Este moderno equipamento, hoje, é indispensável no consultório de qualquer especialista em varizes. Além de mostrar a imagem das veias e o seu tamanho, mostra o movimento do sangue, determinando se o fluxo está no sentido correto e não na “contramão” causando mais vasos. O ultrassom permite também diagnosticar com precisão se o paciente tem uma das complicações mais temíveis das varizes: a trombose venosa e problemas nas artérias. A avaliação anual da circulação com um especialista é extremamente aconselhável principalmente depois dos 50 anos. 

Técnicas mistas

Com todas as ferramentas descritas acima, o especialista poderá tratar com segurança suas varizes, porém em algumas situações necessitará associar técnicas (laser endovascular, alguma pequena retirada de varizes, injeções esclerosantes, laser transdérmico etc).

No caso dos vasinhos, às vezes, é necessária a combinação da injeção de um esclerosante associado ao laser transdérmico: A técnica CLaCS permite evitar em 86% o tratamento de varizes por cirurgia quando não há acometimento de safenas. Há também técnicas que combinam o laser endovenoso com líquidos que ajudam a destruir as veias. Dentre eles estão a glicose, glicerina, ou detergentes em formas de espuma (ou não).

Dica final: trate suas pernas com quem oferece segurança, durabilidade e tem comprometimento com o resultado.

Para tratar os seus vasos e vasinhos em toda a sua pele, desde a face até os pés, procure um cirurgião vascular membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) e que também seja expert em laser (membro da SBLMC). 

Certifique-se de que médico tenha meios diagnósticos próprios, faça a fotodocumentação detalhada das suas pernas (ou outra área do corpo),  ANTES de iniciar qualquer tratamento. É importante também que o profissional  lhe forneça um termo de consentimento detalhado sobre o seu tratamento.

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